Como diria uma velhota que eu cá sei, ando num "desensufrimento" que não lembra ao diabo. Uma pessoa arma-se em provedora da maternidade dos pombos, toda querida, até a tirar fotos para a posteridade... E é renegada pelos ditos.
Agora que o sobrevivente tem tamanho para dar uma rica canja e deve estar quase a fazer-se à vidinha, mal me deixa fotografá-lo. Ele bem sai do ninho, vem espreitar à beira do parapeito a cidade aberta à sua frente. Ele bem esbraceja - leia-se aseja ou alea ou, porra, bate as asas, pois - e faz um escarcéu de cada vez que a progenitora aparece para abrir o bico e deixar-se penetrar até às entranhas para lhe dar de comer. Ele bem fica horas a fio encostado à minha vidraça a cuscar tudo o que escrevo no ecrã e a mirar-me sem pudor.
Mas assim que me levanto e abro a janela, telelé na mão para ir sacar a foto que me garantiria o prémio Richard Attenborough da vida semi-selvagem, parece uma enguia. Em dois segundos está refundido de novo no seu cantinho escuro, onde o sol mal chega e onde, está-se a ver, não consigo focá-lo, encavalitada periclitantemente sobre a avenida.
Acho que vou apresentar queixa no sindicato. Ou isso, ou pego numa vassoura e lá vai pombo e ninho e caca e tudo e tudo. Pronto, já desabafei.
3 comentários:
Odeio pombos
adoro a saga do pombo... quando é que me convidas para jantar??
foi óptimo chegar a portugal e ler o teu blog.
je t'aime!
beijo
ps- tenho prenda para a menina. vou a lisboa, tenho que lhe ligar brevemente...
Corre com ele! Detesto pombos, só sabem fazer merda e às vezes é em cima de nós. Desanda com ele daí...
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