sexta-feira, 29 de maio de 2009

Coração de mãe



Isto não é normal. Ainda ontem dava as primeiras esvoaçadelas e hoje já não pára no ninho. Há duas horas que não aparece. Será que lhe aconteceu algo de mal? Com que amigos andará? Serão boas companhias? Irá voltar para casa ao final do dia, sem noção de como me deixou ansiosa?

Quem foi o desgraçado que disse que isto era como ter um filho? Arre.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

E voou!

E, aos 28 de Maio do ano da graça de 2009, fez-se aos ares. Bateu as asas como se não houvesse amanhã e, com a respectiva progenitora, ensaiou o primeiro voo.

Meia volta e regressa ao parapeito, com um sobressalto de janelas numa aterragem atabalhoada que incluiu encontrão.

Agora está ali, muito parado, muito quieto, a olhar-me do lado de lá da vidraça, com quem diz: viste? viste?

Raios me partam! Sinto-me ligeiramente orgulhosa do meu bebé...

terça-feira, 26 de maio de 2009

Ei-la, arre!



Sim, agora que já consigo carregar fotos novamente, ei-lo: este é o bebé aqui da Maternidade Pombal. Sim, está um matulão. E em tais ânsias para voar!

E eu em ânsias para que voe. Estou mesmo farta de olhar pela janela e ver tanta porcaria...

domingo, 24 de maio de 2009

Filhos, como vos chamo?

Entretanto, só porque sim, encontrei mais meia dúzia de nomes próprios perfeitinhos para menina que não consigo entender como é que os senhores do registo civil não aceitaram.

Árpia
Aniquília
Castra
Roça
Saga
Vénia
Matricolina
Nárcia... Grande nárcia teriam os papás que tentaram esta, chiça!
Ah, e a minha absoluta preferida: Britta Nórdica.

Os rapazes não se ficariam a rir. Garanto. Senão notem:

Ardiles
Hemitério
Idílio
Rego
Patalino
Viking
E, adorável, absolutamente adorável, Satélite.

Se estão a pensar que, se conseguisse fazer o upload das fotos, escolheria uma delicada imagem de um satélite para ilustrar este pedacinho, pensem again. Há tantas palavrinhas tão mais sumarentas...

A luta continua

Sim, o pombo está bom, obrigadinha. Agora que, depois de ter visto os Globos de Ouro, passou a achar que afinal até era giro posar para o raio da foto por que tanto desesperei, não consigo elucidar-vos visualmente desse tremendo feito.

Sim, continuo sem conseguir meter fotos nesta grandessissississima gaita. Mas ainda não desisti. Raios partam se sou lá mulher de desistir.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Help, porra!

Estou irritada. Tenho notícias do pombo safardolas, foto inclusive, e logo agora o raio do blogue tinha que se engasgar e fazer desaparecer a barra através da qual carregava as ditas.

Alguém faz ideia de que raio se passa aqui?
Agradecida...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Vamos a votos!

No Facebook anda a correr um quizz que nos ajuda a descobrir o nome perfeito para um nosso rebento.
Saiu-me Leandro. blarghhhhhhhhhhh



Ainda assim é melhor do que Ursiciana.
Ou... Janardo. Ou Anquita.
Ou Urânia. Ou Prião. Ou Nádege.
Ou, suprasumo dos nomes estúpidos, Nausica.
Escolhido certamente por alguma mãe que muito sofreu durante a gravidez.

PS: ah, pois... estes, ao contrário do que estão para aí a pensar, não estão no rol dos recusados!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Pombo maldito

Como diria uma velhota que eu cá sei, ando num "desensufrimento" que não lembra ao diabo. Uma pessoa arma-se em provedora da maternidade dos pombos, toda querida, até a tirar fotos para a posteridade... E é renegada pelos ditos.

Agora que o sobrevivente tem tamanho para dar uma rica canja e deve estar quase a fazer-se à vidinha, mal me deixa fotografá-lo. Ele bem sai do ninho, vem espreitar à beira do parapeito a cidade aberta à sua frente. Ele bem esbraceja - leia-se aseja ou alea ou, porra, bate as asas, pois - e faz um escarcéu de cada vez que a progenitora aparece para abrir o bico e deixar-se penetrar até às entranhas para lhe dar de comer. Ele bem fica horas a fio encostado à minha vidraça a cuscar tudo o que escrevo no ecrã e a mirar-me sem pudor.

Mas assim que me levanto e abro a janela, telelé na mão para ir sacar a foto que me garantiria o prémio Richard Attenborough da vida semi-selvagem, parece uma enguia. Em dois segundos está refundido de novo no seu cantinho escuro, onde o sol mal chega e onde, está-se a ver, não consigo focá-lo, encavalitada periclitantemente sobre a avenida.



Acho que vou apresentar queixa no sindicato. Ou isso, ou pego numa vassoura e lá vai pombo e ninho e caca e tudo e tudo. Pronto, já desabafei.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Clube de fãs

Há dias, uma figura pública explicava que deu um determinado nome à filha não apenas por ser o de uma avó mas também por ser o de uma heroína de Dante. Tirando os nomes que passam de geração em geração dentro de determinada família, é comum também escolhê-los conforme a actriz que está na moda, o protagonista da novela mais popular do momento...

O rol dos nomes próprios autorizados e recusados pelo xerifes notariais cá do burgo também denota essa inspiração ou tentativa de demonstrar admiração. Com mais ou menos bom gosto...

O próprio do Dante, por exemplo, poderá ser perpetuado por cá quantas vezes se quiserem. É um dos nomes na lista dos 'sim'. Outros 'sortudos' são Vasco da Gama - assim mesmo, como conjunto! -, Cleópatra, Verdi, Salazar, Sócrates...
Menos surpreendente é o facto de haver muita inspiração também em futebolistas. Os conjuntos Luís Figo e Hugo Leal são permitidos, imagine-se.

Curiosamente, Luís de Camões não teve essa sorte, nem Nuno Álvares, ambos recusados, tal como o mais contemporâneo Nazareth Fernandes. A lista dos negados é longa. Mas curiosa. Eanes, não. Estaline, Fidel, Evita, Garibaldi, Samora Machel, Guevara, Lenine, Marx, Ghandi ou Gandi, nem pensar.

Gente das letras? Nega para Amastor (um diminutivo carinhoso de Adamastor, numa referência clara a 'Os Lusíadas', está-se mesmo a ver), bem como para Lusíada, Camões, Benur, Carenina, Garrete, Sandokan, Ivanoi, Jivago, Verlaine.

Gente da música? Nem pensar em Lenon, Palma, Nikita, Claudisabel, Coltrane, Elvis, Vinicius, Gal, Vagner, Santamaria, Zion, Gardel, Montiel, Hendrix ou sequer Iglesias. Ah, pois. Nem sequer Marilú - embora não conceba em que circunstâncias alguém que conheça a canção possa querer chamar tal nome a uma criança...

Referências da banda desenhada e animação? Ortigão? Ruca? Vicki? Hervê? Hérbi? Heidi? Mogli? Népia.



Houve quem tentasse Donatela, decerto numa referência à família Versace. Sem sorte. Faradiba, a puxar ao sangue azul. Nada disso. Fitipaldi. Népia. Marcantónio - olha o del Carlo na berlinda. Negativo. Rangel. Talvez se fosse Moniz... Mona Lisa? A criança estava lixada para a vida e foi também recusado. Nereida? Bem, ia ser ainda pior. Também não deixaram.

Mas, oh senhores, a dose de nomes relacionados com futebol é impressionante. Benfica, Neca, Platiny, Distéfano, Robson, Maradona e Futre foram tentados e todos bateram na trave.
Por mim gostava que permitissem o Benfica. Mas só nos dias em que não empatam com o Trofense, porra.

A queima dos excessos

"Em menos de uma semana de festejos [leia-se Queima das Fitas] mais de cem estudantes deram entradas nos hospitais de Coimbra em coma alcoólico."



E eu um dia vou precisar de um médico, de uma advogada, de um engenheiro, de uma dentista - sei lá, de alguém responsável e de confiança, que me cobrará o couro e o cabelo porque tem um canudo.

Deverá nessa altura estar a referir-se às palhinhas com que despejou as caipirinhas que o/a atiraram para as urgências.

Eis o futuro.

sábado, 9 de maio de 2009

O que vale um nome 2

Há pessoas que gostam de perder-se nas linhas do Woody Allen para um momento lúdico de leitura. Eu, que já li praticamente todas as páginas do senhor que, na vida real, se chama Allen Stewart Konigsberg, relaxo e rio que nem uma perdida a ler o tal rol notarial de nomes próprios que já antes mencionei.

Falava de amor no post anterior? Pois podemos baptizar Amor quem quisermos. Está na lista dos 'sim'. E Bela. E Diva, Feliz, Preciosa, Linda, Magna e, para meninos, Perfeito. Até Cinderela podem chamar à criança, que querem melhor?

Mas a coluna dos rejeitados é bem mais divertida. Amorel, Amorita, Amorosa - negado. Bonita, Brilhante, Deusa, Deusa Bela, Lindo, Magnífica, Querida? Negado. Belíssima, Belecíssima, solicitados por quem tem, decerto, uma queda para os superlativos? Negado. E Naciolinda (nota: ler com pronúncia espanholada)? Se nasceu linda, bom para ela. Mas não. Paixão? Quimera? Nirvana? Eden? Nah. Nah. Nah. Nah.

Mas o reverso da medalha parental também se encontra. Quem é que em Portugal quer chamar Greta a uma filha? Alguém quis. Alguém conseguiu. E uma Greta (por mais que puxe à Garbo) terá tido que aguentar toda a vida a pressão de tal nome. Se estiver vivinha da silva, a sra. dona Porciana também deve andar a ouvir umas piadas giras, nestes tempos de gripes maradas. E há - ou houve - por aí um Primitivo. Uma Sátira. Um Lindoro - e só de pensar nisso dá vontade de rir até fazer xixi pelas pernas abaixo, ou não se assemelhasse tanto a uma marca de fraldas para a incontinência.

Sorte teve a fêmea da espécie que escapou à justa de se chamar Praga - e esqueçam lá a cidade. Ou o macho que nunca chegou a ser baptizado Lúpus, nome de doença. Ou ainda, felizardo dum camandro! o que escapou de ser Lister.
Lister? Que Lister? Tinha sido bonito, tinha...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Há dias, a remexer nuns papéis antigos - e o que não me falta são papéis antigos... - encontrei uns quadradinhos de BD que recortava de um jornal qualquer e colava nos cadernos. O amor é...


Hoje sei/sinto que o amor tem mil rostos e mil jeitos, não é só um. Mas se fosse só um queria que fosse aquele que me "levou" ao jardim, me ofereceu aquelas flores. E assim voltaria a ser a menina que ainda acreditava.

Curtas

Se há coisa que sempre me tirou do sério é a mania que certas pessoas têm de achar que adoptar o linguajar da miudagem os entrosa entre a dita cuja. Alguém na autarquia de Oeiras deve acreditar mesmo que dar meia dúzia de biqueiros na língua pátria, ao melhor estilo dos sms com caracteres contados, é inteligente. Ou interessante. Ou realmente apelativo. Pelo menos para os jovens. Ou será os jvns?


Mais valia fazerem os cartazes na tão pouco estimada arte da estenografia. Não sabem o que é...? Bem, pois.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Adenda

Claro que o marmanjo tinha que já ter uma namorada. Brianna, põe-te a pau! Vai ser mais do que muitas atrás do teu Benzinho...

Ascensão

Ben Southall, britânico de 34 anos, acaba de ser o eleito - entre 34 mil concorrentes - para, nos próximos seis meses, curtir o "melhor emprego do mundo": ser caseiro da ilha Hamilton, na Grande Barreira de Coral. 83 mil euros por alimentar peixinhos, limpar a piscina e alimentar com fotos a página do turismo local.


Curioso como um tipo tão desenxabido subiu subitamente a pique na escala dos homens mais sexy do mundo.

domingo, 3 de maio de 2009

Os dias de Maio

A quem serviu o primeiro de Maio? A Vital Moreira. Uns empurrões e umas cuspidelas fizeram dele uma espécie de mártir político - e de mais nada se falou nas televisões durante dois dias.



E diz ele, com aquele melífluo sorriso embigodado, que não foi para o desfile fazer campanha. Para quê? O papel de vítima conseguiu-lhe mais tempo de antena em todo o lado durante dois dias do que conseguiria de outro modo.

E os trabalhadores a quem o dia é dedicado?
Quem?

sábado, 2 de maio de 2009

Diálogo

- "Ocridalina! Atão!", diz a senhora. - "Então? Natão? Ai, a Vidinha..."

Ao que tudo indica, a senhora em questão resmunga com a sua querida Lina, que nada responde. Não estão? quer saber. Ai, a minha vida, queixa-se.

Tradução mais correcta, a julgar pela listinha do Instituto dos Registos e Notariado de que já vos falei:

- "Maria! António!", diz a senhora. - "Então? Luísa? Ai, a Sofia..."

Todas as palavrinhas em itálico são nomes legalmente aprovados pelo Estado português como passíveis de serem dados aos nossos rebentos.

E não dá vontade de rebentar uns quantos?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Saudades

Do meu quinto andar sobre a avenida vejo o que em tempos foi a manifestação do 1.º de Maio. Hoje - num momento em que faz todo o sentido vir para as ruas, erguer o punho, defender os trabalhadores... - não é mais do que uma fraca parada, ranchos folclóricos e bombos, pequenos grupos dispersos com cartazes institucionais, decerto os voluntários 'à força' das organizações sindicais, aqueles que não podiam mesmo deixar de vir. Dúzia e meia de gatos pingados.



Nas laterais da avenida, teriam parado mais pessoas se estivesse a desfilar uma figura televisiva mais ou menos famosa. Assim, são salpicos na calçada. E vão andando, que o dia está lindo e bom mesmo é para esquecer a crise com uma bebida fresca numa esplanada algures.

Onde está o povo que me ensinou as ruas e Abril, encavalitada nos ombros da árvore alta e forte que era o meu pai?