sexta-feira, 1 de maio de 2009

Saudades

Do meu quinto andar sobre a avenida vejo o que em tempos foi a manifestação do 1.º de Maio. Hoje - num momento em que faz todo o sentido vir para as ruas, erguer o punho, defender os trabalhadores... - não é mais do que uma fraca parada, ranchos folclóricos e bombos, pequenos grupos dispersos com cartazes institucionais, decerto os voluntários 'à força' das organizações sindicais, aqueles que não podiam mesmo deixar de vir. Dúzia e meia de gatos pingados.



Nas laterais da avenida, teriam parado mais pessoas se estivesse a desfilar uma figura televisiva mais ou menos famosa. Assim, são salpicos na calçada. E vão andando, que o dia está lindo e bom mesmo é para esquecer a crise com uma bebida fresca numa esplanada algures.

Onde está o povo que me ensinou as ruas e Abril, encavalitada nos ombros da árvore alta e forte que era o meu pai?

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