terça-feira, 30 de novembro de 2010

Oferenda


Apetece morrer devagar.

Tão devagar
que não dês pela minha falta
até que seja tarde demais
e a minha ausência te expluda
no peito
como uma granada

Quero que sintas dor
e sangres
e tenhas por fim alguma certeza

Nem que seja apenas
a de que foste amado
até à morte

terça-feira, 16 de novembro de 2010

dois braços


tenho dois braços e estão vazios, as palavras não os enchem, as palavras cansam-me, quero gestos, quero corpo, o teu, que é meu, odeio o tempo, não sei esperar, os meus braços vazios desesperam enquanto aguardam que acabes de salvar o mundo de si mesmo. vem salvar os meus braços que morrem à sede de ti

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Carregamentos móveis


Andas com o meu coração no bolso,
com o telemóvel,
guardado para um dia destes.

Talvez quando te faça falta
já não tenha bateria.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Se sorris quando ninguém está a ver...


... tem que ser por uma boa razão.
Mesmo que essa razão estremeça no temporal que se segue.
Ou apenas se dilua no silêncio.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Morrer


"Morrer de amor
ao pé da tua boca

Desfalecer
à pele
do sorriso

Sufocar
de prazer
com o teu corpo

Trocar tudo por ti
se for preciso."

Da Maria Teresa Horta.
Se não sabem quem é... vão à wiki ou similar. Chama-se cultura, já agora.