quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Vamos a votos


Os que amo sabem que os amo. Aprendi há muito que essas coisas não podem nem devem ser deixadas para depois. E quando não digo, demonstro - que não há vocábulo mais precioso do que um olhar que não mente.

Aqueles por quem tenho amizade, carinho, empatia também o sabem. Mesmo sem ser a mais presente das presenças, sabem que estou cá e estarei. Chuva ou sol. Não saberia ser de outra maneira.

E decerto nenhuma das pessoas incluídas neste rol - e são tantas e dão-me alento de tantas formas diferentes! - duvida que não lhes desejo menos do que o que desejo para mim. No Natal como no resto do ano.

Por isso, desta vez, não me apetece ceder à pressão social das mensagens da praxe e dos blá blá blá de ocasião. Limito-me a sorrir em geral. Sorrir é bom, não é?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Diz que é quase Natal


Fechas-me numa caixa de silêncio, a tentar abafar o meu grito. Não sabes que vai continuar a ecoar-te no peito?

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A falta

Hoje acordei com a sensação clara de que me falta um livro.

É verdade que também acordei depois de sonhar que Maria de Jesus Barroso tinha acabado de me oferecer o cargo de assessora para a saúde e eu, atrevidinha, lhe disse que preferia se fosse para o turismo, o que quer que isso queira dizer.

De qualquer modo, uma das coisas é mais fácil de realizar do que a outra, não é...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Oferenda


Apetece morrer devagar.

Tão devagar
que não dês pela minha falta
até que seja tarde demais
e a minha ausência te expluda
no peito
como uma granada

Quero que sintas dor
e sangres
e tenhas por fim alguma certeza

Nem que seja apenas
a de que foste amado
até à morte

terça-feira, 16 de novembro de 2010

dois braços


tenho dois braços e estão vazios, as palavras não os enchem, as palavras cansam-me, quero gestos, quero corpo, o teu, que é meu, odeio o tempo, não sei esperar, os meus braços vazios desesperam enquanto aguardam que acabes de salvar o mundo de si mesmo. vem salvar os meus braços que morrem à sede de ti

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Carregamentos móveis


Andas com o meu coração no bolso,
com o telemóvel,
guardado para um dia destes.

Talvez quando te faça falta
já não tenha bateria.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Se sorris quando ninguém está a ver...


... tem que ser por uma boa razão.
Mesmo que essa razão estremeça no temporal que se segue.
Ou apenas se dilua no silêncio.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Morrer


"Morrer de amor
ao pé da tua boca

Desfalecer
à pele
do sorriso

Sufocar
de prazer
com o teu corpo

Trocar tudo por ti
se for preciso."

Da Maria Teresa Horta.
Se não sabem quem é... vão à wiki ou similar. Chama-se cultura, já agora.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Declaração formal praticamente reconhecida em notário


Para algumas pessoas o amor é tão fácil. Por elas vivem, por elas matam, por elas morrem, em doentia cegueira. Não pertenço a esse clube. Nem quereria pertencer a esse clube extremista. Não gosto de coisas fáceis nem radicais.
Gosto de ti. Tanto.

Quero viver não por ti mas contigo.
Quero matar só as tuas dúvidas e as minhas saudades.
E quero morrer ao teu lado, um dia, quando o tempo
cristalizar os nossos corpos na sua versão final.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sorriso


Enrosco-me no que resta
do teu cheiro
e durmo assim.
Dedos entrelaçados
na memória táctil
dos teus.
Quase, quase
completa.

E nada rouba
o sorriso
que pula e dança
cá dentro de mim.

domingo, 10 de outubro de 2010

Demoras?


Acordei com o teu nome entre os lábios.
Quem dera em meus braços
corpo e designação,
sorriso e respiração.

Acordei com o teu nome entre os lábios.
E desejei por instantes
a magia das palavras,
invocação.

domingo, 3 de outubro de 2010

Eu, a tipa que não liga a signos


Há dias foi-me solicitada uma pequena nota biográfica e eu, que tenho uma urticária antiga a currículos mais ou menos vitais, apenas conseguia lembrar-me a meu próprio respeito de que não gosto de usar saias.

No dia seguinte, nem por acaso - e devo avisar já que não acredito em coincidências, nem ligo pevas a signos... - mão amiga envia-me o meu perfil astrológico sacado de algures, acompanhado da seguinte nota: "Cuspida e escarrada!", vernáculo antigo que uso de forma recorrente, para grande desgosto de algumas pessoas mais sensíveis.

E, para meu confesso choque, lá estava euzinha, cuspida e escarrada letra por letra, como se estivesse a ver-me a um espelho, inclusive nos detalhes mais imodestos, ora que porra. Podia elaborar a respeito, abstenho-me. Opto por fazer copy paste. Pode ser que elucide alguém ou, a santinha virtual nos proteja e guarde, desencadeie um debate digno dos prós e contras...

"Existe dois tipos de sagitariana: as passivas e fracas que aceitam tudo sem levantar a cabeça, e as originais! Se o seu caso reporta ao primeiro, não perca tempo a ler este artigo. Caso contrário, saiba que nem sempre ela dirá o que você quer ouvir; na maioria das vezes, ela vai deixá-lo arrepiado com suas observações desconcertantes e francas. Mas, de vez em quando, dirá coisas tão maravilhosas que vão fazê-lo dançar de felicidade.
Ela talvez seja um pouco franca demais porque vê o mundo tal como ele é.
Ela não gosta de mentiras, e dificilmente alguma mulher Sagitário costuma mentir. E a gente tem que admitir que isso é uma óptima qualidade, não é?
As sagitarianas são muito independentes, e ambos os sexos mantêm uma certa distância aos laços familiares. Quando quiser que ela faça algo, peça-lhe: não tente mandar nela. A técnica dos homens das cavernas não funciona com esta mulher. Ela não nasceu para ser mandada, odeia ter que receber ordens e abomina todos os homens que tentam aprisioná-la. Ela gosta de ser protegida, mas não gosta de ser mandada. Se nem mesmo o seu pai consegue dominá-la, não vai ser qualquer um que vai achar que pode dar-lhe ordens!
A sagitariana não é de abrir mão da própria personalidade e da independência por homem algum. Deve ser por isso que – logo a seguir às mulheres do signo Aquário - representam o maior número de mulheres divorciadas!
Quanto mais nervosa fica, mais sarcástica e cínica se torna.
A sagitariana pode mandá-lo para o inferno com um grande sorriso nos lábios e ainda ridicularizá-lo na frente de todos, como se estivesse a divertir-se. Ela tem essa capacidade de torná-lo o bobo da corte, e ainda sair por cima como se nem tivesse sentido a força de suas ofensas.
Mas nem sempre ela será tão "amável" quando estiver realmente irritada... Enfrentar a raiva desta mulher não é pêra doce, acredite…
Como todo sagitariano (homem ou mulher), ela não é de fazer escândalos, mas se resolver fazê-lo é melhor esconder-se até a tempestade passar.
Afinal, não é prudente brigar com um signo que é metade gente, metade cavalo, e a metade humana ainda está armada!
Feliz daquele que tem a sorte de ter uma mulher deste signo como amiga. Ela alegrará as suas festas, será a sua melhor confidente e sempre estará ao seu lado quando todos os outros amigos tiverem abandonado o barco. Ela é tão generosa, paciente e atenciosa com todos os amigos, que seu telefone dificilmente fica muito tempo sem tocar. Se repararem bem, a maioria das sagitarianas recebem sempre telefonemas de amigos que nunca conseguem esquecê-las, mesmo que estejam distantes.
Ela é uma das poucas mulheres que costumam ter amigos de infância. Sim, eu disse amigos. Os mesmos que brincavam com ela na rua e que um dia perceberam que aquela menina “maria-rapaz” se tornou uma mulher.
Tentem reparar numa sagitariana a andar. Vejam como a maioria costuma andar com o nariz empinado, parecendo um cavalo puro-sangue.
Vejam como ela é uma mulher elegante e confiante, mesmo quando tropeça e derruba tudo pelo caminho! Sim, a coisa mais difícil de encontrar é uma sagitariana que não seja um pouco desajeitada.
Também costuma ter uma atitude um tanto displicente em relação a envolvimentos amorosos, o que pode levar algumas pessoas a achar que éuma mulher fria e insensível.
Puro engano! Ela emociona-se ao assistir a um filme triste e sonha consigo durante as noites em que estiver sozinha, mesmo que nunca confesse isso.
É possível que ela tenha guardado todos os bilhetes de amor que lhe escreveu, restos de flores que enviou e a primeira entrada do cinema a que foram juntos.
Mas não espere ver este seu tesouro tão cedo! A sagitariana não gosta de revelar seus segredos de amor. Deixá-lo ver esses segredos é assumir que está apaixonada. E ela odeia sentir-se fragilizada!
Se o romance acaba, por dentro ela pode estar triste, mas responderá com tanta inteligência e habilidade às perguntas dos amigos, que todos pensarão que tudo não passou de um simples namoro de Verão. Mal sabem como ela pode estar - e provavelmente estará - arrasada por dentro.
A idade realmente não importa quando o assunto é a sagitariana. Elas permanecem jovens mesmo quando envelhecem.
Adoram ser tratadas como meninas traquinas que não param num canto, sempre prontas a correr na rua com os rapazes! E é essa alegria de viver e esse eterno optimismo que enfeitiçam os homens de bom gosto! Nenhuma mulher é tão apaixonada pela vida quanto a sagitariana, e capaz de transmitir esse amor por todos os cantos por onde passa.
Estar ao seu lado é viver o bom humor e acreditar no futuro. Não importa que ela tenha milhões de amigos que ocupam grande parte do seu tempo, nem que passe o tempo todo a planear viagens ou sonhos que ainda quer realizar.
Amar uma mulher de Sagitário é recompensador e nunca é monótono. Não importa que ela não tenha aprendido a dizer o quanto ama - para ela, isso é difícil.
Quem já teve a felicidade de estar apaixonado por sagitarianas sabe que a melhor maneira que elas têm para demonstrar o que sentem é pela acção.
Nenhuma mulher beija tão bem ou irradia tanta vida e alegria quanto uma nativa deste signo que, após passar várias noites em claro, chega à conclusão que sente muito mais do que amizade por alguém! E, quando as setas do arqueiro penetram em nossos corações, não há magia no mundo que possa nos livrar do poder do amor de uma sagitariana!"

Pois...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sinal


Fecho os olhos
e sei o instante
em que tudo foi mais
que corpo e suor,
eclipse total do mundo lá fora.

Fecho os olhos
e estou parada
no mais perfeito semáforo do tempo.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Adeus, verão


E o verão acabou. Adeusinho, verão. Meio mundo suspira, quere-o de volta, chora-lhe a partida. Outro meio tem esperança que o que dele resta se apague, querem gorros e casacos, frio e lareiras. Eu, ali no meio. A pensar como detesto temperaturas extremas, como me derreiam, me dominam, me anulam, feliz com o Outono.

Feliz com a palermice quase pavloviana de tanta gente apenas associar verão com férias; feliz com os automatismos mentais que afastam tanto povo da beira-mar assim que se chega ao último-dia-de-verão, como se lhes retirassem o passe social para a praia. Feliz, feliz, feliz.

O paredão agora é só meu e de mais uns quantos a quem não importa se chove ou faz sol. O areal já não tem restos de lanches e milhares de pegadas. O mar já não se enrola nas vozes da turba nem no som dos rádios ou das criancinhas mais exasperantes. Enrola-se apenas, se eu deixar, na tua voz, amor, enroscadinha na minha orelha esquerda, matando saudades.

domingo, 19 de setembro de 2010

direcção felicidade


Estrada.
Longa.
Tempo.
Tanto.
Braços.
Abertos.
Coração.
Suspenso.
Passos.
Seguros.

Acredito que vens devagar
mas vens a caminho.
De nós.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Princípio, meio e fim


Na mesa de cabeceira há um livro que se arrasta pelo que resta do verão. Um livro que não me convence de todo e que, ainda assim, não consigo abandonar. De cada vez que o volto a pousar, cansada de tentar tirar dele prazer, renego-o. Garanto que amanhã, na hora de me aninhar na almofada de óculos no rosto, farei outra escolha, avançarei para mais verdes pastos.

E, no entanto, quando a alma diz que é hora de ler, a mão continua a esticar-se na direcção do topo da pilha e a agarrar o mesmo livro. Talvez hoje consiga dar cabo dele, já falta menos de metade, digo de mim para comigo, optimista inveterada, o que tantas vezes não ajuda. E, ali a jeito, outras opções, várias garantidamente mais entusiasmantes, algumas na fila de espera há meses, tantos que chego a sentir-me o sistema nacional de saúde.

Acho que também sou assim noutras coisas. Não sei desistir a meio, tenho que levar o processo até ao fim, ficar com a certeza sobre se valeu ou não a pena. E, se não valeu, poder arrumar na prateleira sem crises de consciência ou dúvidas mais ou menos metódicas. Não sei viver de outro modo, que querem...

sábado, 4 de setembro de 2010

Eyes wide shut


Não quero outra pele
senão a tua,
outro toque
que não o teu,
outro cheiro que não o nosso
suados
profundamente esgotados
da nossa dádiva
mútua.

Não quero outras palavras
senão as poucas
que me ofereces,
nunca tive tantas certezas
alinhavadas no silêncio.

Acredito nos actos
nos pequenos gestos
que leio de olhos fechados.

Ter.

E ter a certeza absolutamente absoluta sintética analítica
de que és a outra metade de mim.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Arsenal


Desenho um círculo de amor
à tua volta
e obrigo-te a render

não há arma mais poderosa
do que um coração convicto

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sorri. É a segunda melhor coisa que podes fazer com esses lábios...


Ou então beija-me.
Beija cada milímetro de mim
cada recta, cada curva
cada detalhe escondido
no corpo que é o meu.

Beija-me as noites de insónia
e os sorrisos de sol,
os disparates adolescentes
e as conversas sérias.

Beija-me as dúvidas cheias de certezas,
o coração convicto que não vacila.

E beija, amor, as palavras que ainda não te disse
mas que sei que sabes que direi.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Verbo


Quero escrever a angústia que me vai por dentro.
Quero arrancá-la de mim, letra por letra. Talvez assim a minha alma amarfanhada recupere o jeito de dicionário organizado de A a Z.
Quero pôr no papel esta dor que me consome, traduzi-la para todas as línguas que conheço para que ninguém lhe fique indiferente.
Quero encontrar sinónimos para o fel que se agiganta cá dentro e antónimos que sirvam para conjurar a magia das palavras que me vão salvar.
Quero desatar em poesia este aperto que me rói, fazer quadras com a aflição, versos de pé quebrado para enxotar o tormento.
Quero tão pouco, não mais do que ser amada.
E contento-me em respirar todos os dias - sabendo que, apesar de tudo, o coração ainda mora no condomínio deste peito que é o meu.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Coisas


Tenho coisas a dizer-te.
Coisas que só devem ser ditas
da minha boca para os teus olhos,
para que nela vejas
o coração a espreitar.

Tenho coisas a dizer-te.
Coisas que não passam.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Obrigada

Às vezes tenho a sensação de que escrevo aqui para o boneco. De que falo para o vento - e por que seria de outra forma se pouco do que digo/escrevo tem real importância para o mundo? Não tenho resmas infindáveis de comentários, fãs indefectíveis daqueles que vêm dizer amén a cada peido em letra de forma (que nojo metem ao invés de afagarem egos), prémios fofinhos que não importam um chavelho, sequer sou mencionada nas listas subjectivas dos blogues que estão na moda. Também de nada disto sinto a falta, admito-o. O mais provável seria roubarem-me do prazer de achar que ninguém me lê e que, por isso, posso escrever o que me der na realíssima veneta.

Ainda assim sinto-me por vezes um fantasma agarrado às teclas. Mas só até andar por aí a chariscar o mundo blogueiro e dar com um link para este cantinho num tasco de que nunca ouvira falar antes, que não faço ideia a quem pertence e a que, devo dizer, não reconheço o estilo ou as histórias. Algures por aí no mundo virtual alguém achou que as minhas linhas ao vento mereciam passar a vir inclusas no rol de sítios a visitar.

Arregalei os olhos, carreguei na ligação - não fosse haver por aí outro blog com este nome, sei lá - e voltei aqui para vos contar, a uns quantos que reconheço e aos outros que entram, lêem e saem em bicos de pés, sem fazer barulho para não incomodar a fera, que durmo esta noite com um sorriso acompanhado.

Qual?

Tive uma fase em que lia mais Lobo Antunes. Tive outra em que lia mais Saramago. Escolher um dos dois nunca fez sentido. Até porque, de vez em quando, um deles fala/escreve como se de dentro de mim.

"Fazes-me falta, meu cabrão, há tanto para contarmos um ao outro. O fim de um amigo é um martírio, não páras de te agitar cá dentro, raios te partam" ... escreveu um deles. Adivinham qual?

(E sim, já vi maneiras mais subtis de chocalhar a saudade)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Gastronomia


Tirei o coração
da redoma protectora
onde a tua mentira o guardou
durante tanto tempo.

Servi-to de bandeja.

Provaste, cuspiste
e, displicentemente,
deixaste o que sobrou,
em sangue,
à beira do prato.

Há pessoas que não sabem apreciar
quando se lhes oferece uma iguaria.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Canícula

O calor está a dar-me cabo da moleirinha.

O acórdão da Casa Pia, depois de adiado de 9 de Julho para 5 de Agosto,
voltou hoje a ser adiado para 3 de Setembro!

A ex-mulher do rei Ghob refere-se-lhe sempre como
"o sr. Fernando Leitão"...


Ah, e o manhoso jeitoso da voz rouca dos anúncios daquela operadora telefónica voltou.
Mas quem raio lhe fez este penteadinho ridículo acompanhado da barbicha à D'Artagnan?!

P... da canícula!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Absoluto


E o sorriso voltará a erguer-se
no rosto de quem ama.

Que o Amor é rei absoluto.

E mesmo quando fere, pune ou mata
lá terá sua razão.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Outras palavras

E há dias em que as palavras de outro alguém parecem
ter sido escritas a pensar em nós, nos nossos,
naquele que amamos.

"Quando eu disser a todos que te amo.
Quando eu gritar, finalmente, o que sinto por ti.
Quando eu perder este medo de mim, de ti, de nós.
Quando eu estiver preparado para te ter, para nos ter.
Quando eu puder sentir, sentir-te, sem medo do amanhã, dos outros, do mundo.
...Quando eu conseguir dizer que te amo sem sequer dizer alguma coisa.
Quando eu ouvir-te dizer que me amas sem que me digas coisa alguma.
Quando eu disser a todos que te amo, o Sol vai nascer mais quente, a Lua vai ficar mais alta e até o Céu ficará mais azul.
Meu amor, quando eu disser a todos que te amo, também te vou dizer a ti.
Aos outros direi, a ti dar-te-ei o mundo."

by Rui Miguel Barata.

Fico à espera. Acredito que o dia chegará.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Bem querer


Serei quanto
quiseres que seja
e o que for
serei por inteiro.

Mas ser tudo
para ti
é quanto quero.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Despedida


Creio que é agora que me levanto. Agora que a sala está vazia, é só minha, como tantas e tantas noites. Não farei outro serão no quinto andar sobre a avenida. Mas custa tanto virar costas a um amor intenso.

E amei o 24horas, provavelmente como a um filho, sim, que nasceu também de mim. Um filho que me deu tantos momentos felizes, de desafio, mas que também me magoou e tantos erros cometeu enquanto crescia. Um filho ao qual tentei passar, pelo exemplo, aquilo que todos os pais querem passar aos filhos: bons valores. Lealdade, profissionalismo, frontalidade e, acima de tudo, respeito pelo código deontológico. Mas os filhos nunca são bem aquilo que sonhamos que eles sejam, não é? E nem por isso os amamos menos.

Levo daqui a dúzia de papéis que acumulei nestes quase treze anos, uma flor de plástico que já não sei de onde veio, a andorinha que em tempos recortei e colei no ecrã, umas quantas pen com arquivo vário e o bom nome que tanto lutei por manter, por entre chuvas cor-de-rosa e temporais. Provavelmente pago-o hoje com este adeus.

E levo lágrimas.
Custa horrores ver um filho morrer-nos nos braços.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

sábado, 19 de junho de 2010

Eu acredito. E tu?

Bless the Broken Road
Rascall Flats

I set out on a narrow way many years ago
Hoping I would find true love along the broken road
But I got lost a time or two
Wiped my brow and kept pushing through
I couldn't see how every sign pointed straight to you
Every long lost dream led me to where you are
Others who broke my heart they were like northern stars
Pointing me on my way into your loving arms
This much I know is true
That God blessed the broken road
That led me straight to you

I think about the years I spent just passing through
I'd like to have the time I lost and give it back to you
But you just smile and take my hand
You've been there you understand
It's all part of a grander plan that is coming true

Every long lost dream led me to where you are
Others who broke my heart they were like northern stars
Pointing me on my way into your loving arms
This much I know is true
That God blessed the broken road
That led me straight to you

Now I'm just rolling home
Into my lover's arms
This much I know is true
That God blessed the broken road
That led me straight to you

That God blessed the broken road
That led me straight to you.

(http://www.youtube.com/watch?v=lZp6pmgbZyU&feature=PlayList&p=DBD7F959A9B2729F&playnext_from=PL&playnext=1&index=27)

Amanhã

Um dia perco-me
contigo

Ou talvez me encontre em ti,
sem medo dos passos
que se seguem

Encontrar-me-ei
nos teus braços
nos teus olhos

Naquele recanto
do teu pensamento
do teu coração
a que só eu chego

Provar-te-ei
estar ao teu lado
sejam quais forem
as curvas da vida

E a estrada
será nossa

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Por essas e por outras

Escrevo curto, grosso e às golfadas, como quem vomita algo que lhe está atravessado nas entranhas. Por essas e por outras é que nunca vai sair de mim um romance inteiro, só paixões assolapadas e efémeras.

Origami


Queria falar-vos de meia dúzia de coisas. De como há momentos que doem hoje como ontem, como doeram há anos, há tantos anos. De como a saudade não tem relógio no pulso. Queria falar-vos de tudo isso mas não sei das palavras, enroladas nas ondas desta maré palerma que teima em tornar mais cinzento o dia, como se a saudade tivesse data certa para doer mais cá dentro.

Queria isso tudo. Mas só me ocorre origami. A sério. Só consigo pensar em pedacinhos de papel transformados em vida. Em arte. Dobrados e redobrados carinhosa e cuidadosamente por dedos de gente que sabe o valor do detalhe.

É assim a saudade. Um trabalho de minúcia cá dentro do coração. Podia transformar-se num pássaro. Ou num cavalo. Isso. A saudade que tenho de ti é um inquieto cavalo em origami no meu peito.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Vuvuzelas que os partam!


Chacinemos alegremente o grandessissimo filho - ou filha - da respectiva progenitora que teve a atormentadora ideia de vender vuvuzelas em apoio à selecção.

Hoje fui acordada por um coro delas, qual manada de elefantes enraivecida proveniente de uma escola primária próxima.

Se eu fosse professora ali acho que metia baixa psiquiátrica. Não sendo, acho que tenho que passar a dormir de algodão nos ouvidos enquanto as porcas das criancinhas não forem de férias...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Memória


Vou lembrar
a tua mão no meu rosto
nas minhas costas
na minha anca
escorregadia
do suor.

Vou lembrar
o teu beijo molhado
na minha nuca
no meu peito
na minha pélvis
inundada
de nós.

Vou lembrar
o cheiro da tua pele
o sabor da tua pele
o calor da tua pele
o prazer da tua carne.
Vou lembrar
o orgasmo
que era amar-te.

Vou lembrar-te.

Até te esquecer.

terça-feira, 18 de maio de 2010

sábado, 15 de maio de 2010

Ridícula, claro


Esta é uma carta de amor
para quem tem medo de amar.
Poucas palavras,
um toque de mãos,
um olhar.
Receio que tudo se esfume
enquanto se escreve.

Que o meu amor te proteja
das esquinas que escondem perigos
das estradas escuras e esburacadas
das ondas que engolem meninos
dos buracos negros da vida
da tristeza e do infortúnio
dos raios que caem do céu
das dores que envolvem amores
da escuridão de breu
e da luz que encandeia
dos bichos-papão da infância
do chiar insano de pneus
do bicho da fruta
e do monstro da gruta
e de tudo quanto é mau.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A palavra



Enquanto a malta cura a ressaca do Benfica e fecha os olhinhos em devoção, Sócrates mete-nos a mão no bolso, provando que a sua palavra vale o que não vale.

Mais ágil do que ele só mesmo o deputado Mãozinhas...

Pecados



Madre reverenda, eu pequei.

Disse uma asneira de todo o tamanho no momento em que me disseram que ia ter que papar todas as transmissões televisivas da visita do velhinho de branco.

Mesmo cumprindo toda a penitência - será que perdi de vez o autocarro para o Paraíso?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ora essa!


Não faço ideia qual era o filme, a passar no Mov. Apanhei-o ali mesmo, nesta conversa onde se falava de Portugal. "Nunca confies nos portugueses", dizia um. Perguntava o outro: "Porquê?"

"Porque são piratas."
Ora essa!

(Des) classificados


Andei entretida a espreitar os classificados mais ou menos amorosos das revistas tipo "Maria" - como as bolachas... E fiquei fascinada. “Criatura selvagem, na cabana dos 35, procura gata felina a fim de reconstruir cabana na zona de Vila do Conde. Gatas mais tímidas aceito mensagem”, diz um, garras de fora.

Outro deve ser das matemáticas. "Procuro senhora de raça negra, com altura entre 176 e 180 centímetros". Um máximo de quatro centímetros de amplitude! A isto se chama detalhe. Mas há detalhes para todos os gostos. Um certo senhor, casado, 37 anos, "deseja conhecer pitinha solteira". Outro procura "mulher de 40 anos que tenha a vida organizada". O Ruben, de 27 anos, quer meninas que "gostem de ser dominadas". Um auto-denominado "homem jovem" anda à caça de "mulher de grande poder económico".

Essa coisa do 'jovem' também é muito curiosa nestes anúncios. Um auto-designa-se como "jovem de 44 anos" e "procura lady séria". Também encontrei um "cavalheiro" de 50 anos "pobre, com pequeno snack bar", que "deseja senhorinha elegante".

E que dizer dos românticos que se põem com floreados? Um "cavalheiro quarentão", casado, “procura mulheres que, como eu [ele, claro], ainda gostem de ouvir os sinos a tocar e os pássaros a chilrear”. E a idade não explica tudo. O próximo anuncia-se como tendo 25 anos, um "príncipe do reino do Norte, com olhos cor de mar".

Também há os piadéticos e semi-piadéticos. "Rapaz desempregado no amor e farto de contratos a prazo com patroas desonestas. Quero patroa que me dê contrato efectivo no amor, em Setúbal." Ou "Minha cara senhora, se tem o peito muito grandão, ajude-me. Depois de experimentar tantas almofadas ortopédicas ainda tenho dores no pescoço".

Fascinam-me também os tipos que acenam com a sua própria angústia ou, em alternativa, que querem mulheres angustiadas. "Se o casamento e o amor também infernizaram a tua vida, deixa-me ser o ‘terapeuta’." Quê?! Certo Arlindo contabilista diz que "há momentos na vida em que sentimos um grande vazio existencial e depressivo". Claramente será o tipo ideal para fazer alguém feliz...

Tenho sono e tudo isto me parece absolutamente patético. Dou de caras ainda com este "senhor casado, bem apresentado e bonito" que procura senhoras até 45 anos. "Nota: só as que realmente sintam vontade de fazer amor."

E as que só tiverem vontade de cagar?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ora gaita!


Ler é parte intrínseca de mim. Às vezes acho até que sabia ler antes de reconhecer as letras e saber juntá-las, o prazer tal que me dava manusear aqueles objectos delicados de papel e tinta. Hoje - quantos privilegiados de nós não se queixam do mesmo? - não consigo ler quanto desejo. O tempo não sobra. O cansaço cobra. Os olhos não conseguem manter-se abertos.

Quando finalmente consigo entregar-me à leitura, espero que o mundo se abra a meus dedos, perfeito e maravilhoso - mesmo quando há sangue e suor e lágrimas e dor e angústia e nada parecido com finais felizes.

De repente, não mais que de repente, um erro de português. Um erro crasso, que se agiganta a meus olhos como a Hiperião, 115 metros de sequóia como que nascida no meio da rasteira planície alentejana. Esta noite era a palavra "deicha", deixada abandonada no meio de uma tradução já de si mais do que atabalhoada.

O prazer transformou-se primeiro numa irritação contra os tradutores de meia tijela que por aí proliferam (sim, já sei. claro que também há dos outros, dos bons, graças aos céus). Encontro-os todos os dias, por exemplo, a legendar séries e filmes na televisão, onde as asneiras são aos pontapés.

Aos poucos, a irritação foi-se transformando numa interrogação: que é feito dos revisores de provas? Sim, aqueles homens e mulheres que, não tendo o estro para escrever os livros, têm o conhecimento da língua para os apurar, como aqueles que, não tendo a capacidade de desenhar estradas, as alcatroam para que se tornem fluidas.

Será decerto uma profissão em extinção, mas decerto não porque falte quem tenha capacidade para desempenhar a função. Acredito mais na economicista decisão de poupar uns trocos na produção de livros ao quilo com que cada vez mais nos deparamos, saltando uma fase do processo.

Estarei talvez a ser injusta com muitas (poucas? algumas?) editoras. Mas há editoras que estão a ser injustas comigo - connosco - quando esperam que se pague em média entre 15 e 25 euros por um livro e não se sinta roubado quando se percebe que ninguém leu aquilo com atenção antes de o atirar para os escaparates das livrarias e dos supermercados. Lavro daqui o meu protesto, mesmo que apenas uma gota no oceano. Ora gaita!

O teu nome


Cosi o teu nome
no forro do meu corpo
para não ter de o dizer
em voz alta

Evito assim
que me rebente a boca
com a amargura

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Boletim meteorológico II


Quando chove assim
corro para a janela
ver as sombras
que a chuva faz no prédio da frente
ao escorrer
intensa
pelo globo iluminado
do candeeiro da minha rua.

E enquanto cai assim,
sem dar tempo para respirar,
tenho guelras
e vivo num aquário.

[Talvez estivessem à espera que vos dissesse como a chuvada me faz pensar na vida, nos mistérios da existência humana, será que Deus existe ou existe algum deus. Lamento desiludir as vossas ânsias metafísicas. Quando chove assim sou una com os céus condensados, a terra molhada, a cortina de gotas que se liberta sob as rodas do carro à minha frente na auto-estrada. Sou depois as gotas que permanecem, suspensas, nos ramos daquela árvore a que a primavera ainda mal chegou. Qual Swarovski, qual gaita...]

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Verdades e mentiras


"Amo-te. E porque te amo prefiro que me odeies por dizer-te a verdade do que me adores por dizer-te as mentiras que pensas que queres ouvir"

E porque te amo. E porque te amo. E porque tenho cá a vaga sensação que te amo. Digo as verdades sem flores, sem enfeites. Digo a verdade mesmo que me doa mais a mim do que a ti. E a ti. E a ti. Porque vos amo. Digo a verdade que vejo. A verdade que sinto. A verdade que sei. Digo a verdade que é este meu olhar do lado de cá.

Era tão mais fácil mentir-te. E a ti. E a ti. E provavelmente também a ti. Tão mais fácil enfiar uma série de palavras num colar de ilusão e colocá-lo em redor do teu pescoço, com um gesto displicente. Mas sei que os olhos que hoje possas ter fechados se vão abrir amanhã. E quando virem a verdade que já conheço vão saber que menti. E será tarde demais para confiares em mim.

Serei louca? Prefiro a tua confiança. E a tua. E a tua. E até a tua. Quantas vezes a prefiro até ao teu amor, meu amor.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Pollock, pois


Estou assim. Sem palavras.
Cada vez que penso em qualquer coisa saltam-me imagens aos lábios. Esta noite tudo o que digo ou deixo por dizer soa a Pollock.
Um emaranhado de luz e escuridão, rasgos de sangue e suor aqui e ali, sabedorias que não vêm nos livros torcidas e retorcidas pela experiência de viver. Um gesto de impaciência, uma alegria desconcertante.
E as mãos pousadas no regaço, sedentas do pincel que está arrumado há tanto tempo. E que não estivesse. Nunca teria a eloquência de Pollock, entendes?

sábado, 20 de março de 2010

Aceleras


Yupi! Já existe uma primeira moto de 250cc produzida em Portugal, ali para os lados de Penafiel. Palminhas, palminhas! Até prometem "a sensação da competição a quase metade do preço" , isto é, por apenas 4.850 euros, porque tem um motor que não inclui radiador de água nem termóstato.

E, imagine-se, a pré-série de 150 exemplares até já está esgotada, graças a encomendas do estrangeiro. O que vale é que o mundo está em crise, mas para os marmanjos terem o último grito de uma tecnologia qualquer - seja uma mota, um televisor, um computador, um telemóvel... - não falta dinheiro.

Sim, sim. Sou eu que tenho a mania que as prioridades desta gente anda toda trocada, eu sei.

sábado, 13 de março de 2010

Som familiar e nesga de sol


Sento-me aqui e lá fora há um amolador. Não, não é um extemporâneo toque de telemóvel, não lhe tem a urgência patética. É um som lânguido, intemporal, que chega a esta janela no segundo andar, meio misturado com o ruído da bicicleta apeada – e uma voz de criança pequena, decerto pela mão de alguém.

Não sei porque insiste neste bairro, nunca vi abrir-se-lhe uma porta, descer uma daquelas velhas anafadas com uma tesoura embotada, aparecer na esquina um rapaz com borbulhas na cara e um velho canivete na mão.

Às vezes acho que só vem aqui quando sabe que estou em casa, para tocar duas ou três vezes a sua gaita dolente, e desaparecer na esquina seguinte.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Sai um momento de gaja para a mesa do canto

Os Oscares na mesa e vai daí elegem-se as mais jeitosas e as mais mastronças da festa. Eu, que não enfio um vestido vai já para o século passado, os santinhos me poupem e guardem, também olhei e coiso e tal.


E logo me fui apaixonar por um dos vestidos que mais porrada levou este ano. O da giraça da Charlize Theron, em rosa, ametista e lilás, criado pelo John Galliano para a Dior. Está bem esgalhado, as rosetas no peito não são excessivas, que o peito é maneirinho, fica-lhe a matar.


Sabem o que me dana realmente? Que as mesmas entidades superiores que agora estraçalham o vestidinho (e não, não estou a falar das rainhas da H&M cá da terra) tenham sido as mesmas que - olha... no século passado! - acharam o máximo do iluminismo estilístico o bustier de mamas em bico que o mesmo senhor criou para a Madonna...

Mas pronto, isto sou só eu, que ainda me lembro de umas coisas.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Mulher


Leio as veias
neste corpo estranho,
mapa de estradas
de quem sou,
sem sul ou norte.

Leio as linhas
que cruzam o rosto,
guias para
dentro de mim,
fraca ou forte.

Leio na mente
o que não digo,
silêncio que
todos teremos,
a morte.

Citação


"O meu vício é apaixonar-me. Uma coisa patológica. Um hábito repetitivo que degenera sempre em merda e causa prejuízos vários. Não que me apaixone por tudo e por nada e por dá cá aquela palha, até porque dá muito trabalho e é deveras cansativo garantir uma vida que satisfaça este instinto cavernoso de entrar na alma das outras pessoas e virá-las do avesso. Ninguém aguenta viver sempre num pico igual ao Everest. Até porque isso gela o nariz."
by Mónica Marques

quarta-feira, 3 de março de 2010

E já agora...


Já agora que estou com a mão na massa... A PSP - com agentes fardados e à paisana! - vai passar a andar por aí entusiasmada a multar peões que atravessem fora das passadeiras, coimas de seis a trinta euros cada. Ao que parece é uma missão para tentar diminuir os atropelamentos, o que, à partida, soa lindamente.

Mas, tendo em conta que quando uma velhinha é assaltada por esticão no meio da rua nunca há um polícia à vista, sempre quero ver quantos aparecem para multar a mesma velhinha se ela não for à zebra...