sexta-feira, 29 de abril de 2011
Restos
Rasgo a retina dos teus olhos
com o gume dos meus.
Procuro o que resta de mim
no teu âmago.
Encontro-me impávida, serena,
sentada a uma mesa,
a fazer pássaros de origami.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Abrilada
terça-feira, 12 de abril de 2011
Olhando os pássaros
Há pássaros que voam
cá dentro de mim
Asas que rasgam
os meus céus de azul
Voos rasantes
nos planos de relva
acabada de cortar
Há pássaros que voam
cá dentro do peito
Piruetas acrobáticas
que me fazem sorrir
Cantando em harmonia
canções que o poeta
ainda não inventou
Há pássaros que voam.
Asas e voos.
Piruetas e música.
E há o teu olhar
olhando-me
enquanto os olho
de olhos fechados.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
O tempo parou um instante
O passado cruzou-se comigo e fez questão de dizer olá. Num rosto envelhecido, após alguns segundos de total estranheza, reconheci alguém que, talvez sem o saber, pior, talvez sem qualquer real culpa, marcou pela negativa um momento doloroso da minha história.
E a disponibilidade inata para dizer 'então pá, como estás, há tanto tempo' afogou-se num mau estar psicológico e físico que me secou a garganta e o sorriso no rosto, me impeliu a esticar a mão num cumprimento mais que formal e a que apenas me senti obrigada pela educação. Um mau estar total que me faz agora, sentada na privacidade do carro, verter lágrimas compulsivas de que há muito não sabia o paradeiro.
Moral da história? Não há. Apenas o registo para a posteridade virtual desta emoção avassaladora que me gelou alma, corpo e tudo. Não a conhecia. E se a adivinhava possível não a tinha por tão poderosa. Não a desejo ao meu pior inimigo.
E a disponibilidade inata para dizer 'então pá, como estás, há tanto tempo' afogou-se num mau estar psicológico e físico que me secou a garganta e o sorriso no rosto, me impeliu a esticar a mão num cumprimento mais que formal e a que apenas me senti obrigada pela educação. Um mau estar total que me faz agora, sentada na privacidade do carro, verter lágrimas compulsivas de que há muito não sabia o paradeiro.
Moral da história? Não há. Apenas o registo para a posteridade virtual desta emoção avassaladora que me gelou alma, corpo e tudo. Não a conhecia. E se a adivinhava possível não a tinha por tão poderosa. Não a desejo ao meu pior inimigo.
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