quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
O cu da coisa
Conduzir em Portugal é como andar enfiado numa matilha de cães, há sempre um a cheirar-nos o cu, venha a 50 ou a 150 km por hora. O conceito de distância de segurança parece absolutamente inexistente, apre. O que vale é que o fulano desta tarde, depois de ter ameaçado o meu várias vezes, lá mudou de faixa armado em esperto e acabou por se ir enterrar no cu de um Audi, ali mesmo ao meu lado.
Ainda a próposito de cu, eu sou mulher de rádio. Não sei andar de carro sem sintonizar algures, nos últimos tempos na Best FM, abençoada, que a partir da hora do almoço dá-me rock do bom, inclusive nacional, ena ena. Mas tinham mesmo que, em vez de nos ir dizendo os nomes das bandas que passam - em especial as portuguesas, ouviram? -, lançar um concurso para eleger o melhor rabo de 2009?
p.s. se alguém por aí me souber dizer que banda canta um tema que diz que o mundo vai desabar e que eu não consigo deixar de trautear, ficava muito agradecida, sim...
Para referência futura
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
La Bersagliera
Hoje sei porque fixei o nome de La Bersagliera, corriam os idos de noventa e tal e, em cinco noites, dormi em quatro países diferentes. Foi para reconhecê-la agora - e ao específico cheiro de porto de mar e ao específico ruído de barcos e cordame e águas revoltas.
A noite sem sono levou-me para a porta dos infernos, devia escrevê-lo entre aspas, claro, "A Porta dos Infernos". Logo no início, a dedicatória arrepia-me. "Para Anna. Que o teu riso se prolongue até ao Além e aqueça aqueles que nos fazem falta".
Na segunda página lá está o restaurante. Parado no tempo, numa Nápoles onde jantei entre gargalhadas, que calcorreei a três, madrugada dentro, numa ânsia estranha de ver as fachadas históricas recém limpas e iluminadas, e onde acordei atrasada - mas de alma cheia - para aquele animal insano que são as suas ruas em hora de ponta.
Não me lembro do empregado morto-renascido, junto à máquina do café, alimentado a vingança. Será que já então existia na mente do francês que o apresentou ao mundo em 2008?
É com a sensação de que tudo tem uma razão de ser que leio página após página, que desço ao túmulo dos seus - podiam ser os meus - mortos, que amo e vingo; o dia a nascer inesperadamente com sol, só paro na última e o sono nunca chegou a vir.
Não sei se era um bom livro. Não recordo se comi realmente bem ou mal em La Bersagliera nos idos de noventa e tal. Sei que uni dois pontos no tempo e era eu no espelho.
A noite sem sono levou-me para a porta dos infernos, devia escrevê-lo entre aspas, claro, "A Porta dos Infernos". Logo no início, a dedicatória arrepia-me. "Para Anna. Que o teu riso se prolongue até ao Além e aqueça aqueles que nos fazem falta".
Na segunda página lá está o restaurante. Parado no tempo, numa Nápoles onde jantei entre gargalhadas, que calcorreei a três, madrugada dentro, numa ânsia estranha de ver as fachadas históricas recém limpas e iluminadas, e onde acordei atrasada - mas de alma cheia - para aquele animal insano que são as suas ruas em hora de ponta.
Não me lembro do empregado morto-renascido, junto à máquina do café, alimentado a vingança. Será que já então existia na mente do francês que o apresentou ao mundo em 2008?
É com a sensação de que tudo tem uma razão de ser que leio página após página, que desço ao túmulo dos seus - podiam ser os meus - mortos, que amo e vingo; o dia a nascer inesperadamente com sol, só paro na última e o sono nunca chegou a vir.
Não sei se era um bom livro. Não recordo se comi realmente bem ou mal em La Bersagliera nos idos de noventa e tal. Sei que uni dois pontos no tempo e era eu no espelho.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Molhado
Branca
Há pessoas inesperadas na nossa vida. Pessoas que surgem por mero acaso e, mal damos por isso, estão a mexer connosco. Pessoas que, no meio de uma conversa extraordinária, me perguntam pelos meus autores portugueses preferidos e eu, de repente, não sabia mais nomes além de lobo antunes e saramago. Terei parecido uma tonta, a tentar dar a volta ao discurso, que banal terei parecido aos seus olhos. E pelos meus passavam as estantes lá de casa, atravancadas, cheias de nomes que não conseguia ler na memória. Há pessoas assim, que nos fazem distrair de nós e sabe tão bem.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Magia
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