segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Laços e nós


Perco-me nesta desarrumação de corpos que somos nós dois depois do êxtase e já não sei onde começo eu e acabas tu. Reconheço pele e calor, o cheiro que não existia antes de sermos juntos. As mãos que sulcam o mapa que somos.

Sei-te em mim e sei-me em ti.

A minha perna afinal é a tua. Aquele braço - desculpa, amor - é meu. Desenredamos o laço que somos deslizando, como seda, até encontrarmos a distância máxima a que suportaremos dormir. A tua mão vai procurar-me na noite. O meu pé buscará o contacto do teu, ambos nus. E, no meio sono, confirmaremos as respectivas presenças.

Eu já sou a tua vida e tu já és a minha vida.
Podemos entregar-nos ao sono, reatados que estão os nós que nos unem.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

What's another year?


No espaço de mim onde estavas tu
continuas.
Não é a falta de um corpo
que te arranca do meu peito.

Como disse Exupery, 'é verdade que nunca mais vais estar comigo mas nunca mais estaremos separados'.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Beija-me e cala-te




Não me atreveria a definir o amor.

Já li demasiados poemas merdosos
e prosas mal alinhavadas,
adjectivos a esmo,
grandiloquentes e patéticos.

Digo baixinho o teu nome
e chega.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Primavera ou ainda não


entre a árvore
e as sombras
fica o que resta
do teu olhar
pendurado no ar
como quem espera
a primavera