Só tenho uma palavra
e é precisamente
a que não posso dizer-te
Não vão agigantar-se as manhãs
pela noite dentro
e o chão fugir-me
de debaixo dos pés
Só tenho uma palavra
e sei-a de cor
Repito-a em surdina
enquanto respiro
no dia após dia
a teu lado
Só tenho uma palavra
e uso-a contra mim
Atiro-a sem pudor
quando ninguém está a ver
estilhaço-a
nas minhas costas
Só tenho uma palavra
e faz eco cá dentro
ressoa nos túneis
onde passa o sangue
sempre cheio de pressa
Só tenho uma palavra,
uma palavra só,
que tu sabes qual é
e não queres ouvir
Sem comentários:
Enviar um comentário