domingo, 25 de dezembro de 2011

A dez minutos


Em noites
como a de hoje
costumo ir beber um copo
para calar a tua ausência

Fazer parar o vento
insano
que me atravessa
o buraco no peito
para fazer de conta
que estás cá
algures
a dez minutos de mim
a dez minutos dos meus abraços

E hoje estou sóbria
distraí-me
estou sóbria
e a dor sobreveio
em catadupa
como se te tivesse perdido
ontem
esta noite
há bocadinho
agora mesmo
à frente dos meus olhos

Diz-me que não é verdade
só preciso que me digas que não é verdade

1 comentário:

George Sand disse...

Gosto de noite
e de vento
do sabor que se alimenta
de breu
muito para além
do tempo.