Deixa-me morrer assim, estiraçada na relva, descalça, olhos postos nas nuvens.
Deixa-me morrer assim, um livro aberto numa página bonita
- espero que não se levante o vento e a mude,
baralhando a minha última vontade
e testamento final.
Deixa-me morrer assim, a achar que vão recordar-me
e testamento final.
Deixa-me morrer assim, a achar que vão recordar-me
e sentir vagamente a minha falta quando,
em dias assim quentes e húmidos,
avistarem alguém estiraçada na relva, descalça, olhos postos nas nuvens
e um livro aberto.
Quem sabe numa página bonita
Quem sabe numa página bonita
* escrito para o quadro do pintor sérvio Vladimir Dunjic e publicado primeiro na rubrica diária "a-ver-livros" do blog Clube de Leitores.
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