sábado, 13 de março de 2010
Som familiar e nesga de sol
Sento-me aqui e lá fora há um amolador. Não, não é um extemporâneo toque de telemóvel, não lhe tem a urgência patética. É um som lânguido, intemporal, que chega a esta janela no segundo andar, meio misturado com o ruído da bicicleta apeada – e uma voz de criança pequena, decerto pela mão de alguém.
Não sei porque insiste neste bairro, nunca vi abrir-se-lhe uma porta, descer uma daquelas velhas anafadas com uma tesoura embotada, aparecer na esquina um rapaz com borbulhas na cara e um velho canivete na mão.
Às vezes acho que só vem aqui quando sabe que estou em casa, para tocar duas ou três vezes a sua gaita dolente, e desaparecer na esquina seguinte.
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4 comentários:
Espero que não venha anunciar chuva :)
Babe, um dia publico estas pérolas que me dás...
e arranjas um flop literário, querido hehehe
É!!!
O pior é que, quando chega à tua rua, já passou pela minha. Lembra-me um fantasma do passado, quiçá, uma alma penada...
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