quarta-feira, 29 de abril de 2009

Análise de risco

Num noticiário da RTP1, a informação: a A5 lidera o rol das estradas mais perigosas do país com cinco pontos negros identificados.



Tendo em conta que a cruzo pelo menos duas vezes por dia, 22 dias por mês... Duzentas e vinte possibilidades de ir desta para melhor por mês?

Eis uma boa razão para não gostar de estatísticas.

Abençoada

Admiro pessoas sem papas na língua. Pessoas que não coram porque o tema é mais ou menos quente. Pessoas que não temem encarar as palavras. Portanto, admiro a Sue Johanson, uma canadiana de 78 anos que é enfermeira, mãe e avó e não tem problemas em falar de sexo com todas as letras.



Ah, bem... Quanto ao clister, passo.

Campo de batalha



A Natureza é assim. Há sempre uns que ficam pelo caminho, tombados no campo de batalha dos dias. Nada disso me surpreende ou assusta, já perdi a minha dose.

Ainda assim, depois de um mero dia de ausência, foi estranhamente triste regressar ao meu T0 sobre a avenida para descobrir um dos bebés-pombos tombado num canto do ninho, patas no ar - a mãe ou o irmão o terá empurrado quando não vingou.

Agora ali está, há uns dias, à espera que todos voem e eu arrisque o meu pescoço no parapeito do quinto andar para varrê-lo. Dar-lhe a hipótese de um enterro mais digno, talvez um varredor de ruas dele se apiede e lhe conceda um último voo rasante até uma estrumeira solarenga.

O mano? Cada vez mais forte, batendo já o projecto de asas num frenesim quando a progenitora surge para o alimentar. Ela, por instantes, bico bem aberto, parece que tenta matá-lo também, engolindo-lhe a cabeça.

É fascinante ter uma janela virada para um reality show da Natureza, e tenho sempre a sensação de que David Attenborough vai aparecer a qualquer momento a explicar este ou aquele detalhe. Mas, ao mesmo tempo, não consigo esquecer um pequeno detalhe. Detesto pombos...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sonolências



A estrelinha da internet anda em grande. Mas uma coisa eu confesso que não entendo. Por que carga de água aparece Mia Rose constantemente em cima de camas?

Primeira liga



Fartinha até aos cabelos de debates exaustivos sobre cartões amarelos, golos anulados e penalidades de pé em riste, recolhi-me ao conforto da "Liga dos Últimos", na RTP1. Álvaro Costa e Hernâni Gonçalves são contagiantes no prazer que aquilo lhes dá. E as peças, senhores, aquelas peças!

Anunciam o golo da semana e eu espero a tradicional baliza, a bola e a angústia. Népia. O destaque ia para a vaca do Cabreiros Futebol Clube, que onde caga dá prémio. Tiveram que andar atrás dela imenso tempo até a bicha vazar as tripas e, depois dessa trabalheira toda, a vaca ainda largou a poia em cima do risco da quadrícula, obrigando à análise cuidada e aromatizada da direcção da dita, para definir afinal quem ganhava o prémio.

Rematam os dois da vida airada: Aquilo é que foi um golo! Demorou duas horas e ainda bateu na trave!
Se não é o comentário perfeito, não sei que vos diga.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O que vale um nome 1

Há pessoas que coleccionam latas. Outras pacotinhos de açúcar. Algumas preferem marcadores de livros. Eu sou uma destas últimas. Não ocupa muito espaço e é algo muito próximo dos meus adorados livros. Claro, não os uso... Para marcar o que ando a ler, anda um velhinho, meio rasgado e obviamente repetido.

Mas também colecciono informação completamente desnecessária. Em tempos sabia quantos Felizardos havia nas Páginas Amarelas do respectivo ano. Neste momento, devo confessar, ando absolutamente fascinada com a mais actual das listagens dos nomes próprios que o nosso Estado permite - ou não... - dar à prole de cada um.

Hoje falo-vos de fruta. Lá por fora ficaram vagamente célebres a Peaches 'Pêssegos' Geldof e a Apple 'Maçã' Paltrow. Por cá? Bem, de acordo com a tal listinha fascinante, fique-se a saber que podemos chamar Mirtilo aos nossos meninos - não sabem o que é um mirtilo, pesquisem; não sou vossa mãe. E Amora às nossas meninas. E até Támara ou Tamara, que não propriamente Tâmara, vá lá entender-se porquê.



Clementina, ok. Mas se tiverem a brilhante ideia de chamar Tanja (abreviatura popular de Tangerina, óbvio) ou Laranja ou Romã? Népia. Alguém já pediu autorização, por isso aparece na lista, mas levou uma nega. E se for Cereja? Bem, os cérebros iluminados que decidem estas coisas dizem que sim, tudo bem, pode ser - mas apenas se for segundo nome. Presunto eu que qualquer coisa como Maria Cereja. E vai lá, vai. Que alguém também tentou Ginja e não se safou. Se calhar era pouco fino.

Não reza para esta história se teria sido a mesma mamã ou papá que queria chamar Sultana à filha. Mas, nesse caso, também tiveram que escolher outra coisa. Talvez Cátia Vanessa. Estou aqui numa angústia terrível. Não sei mesmo o que seria melhor. Portanto, sabem que mais? Vou dormir, que a minha vida não é isto.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Maternidade Almeida Avenida

Quando fiz a mudança do estaminé lá do canto para o estaminé deste canto descobri que, além de passar a ser a alegre arrendatária de um TO com vista para o topo da Avenida da Liberdade e a rotunda do Marquês de Pombal, estava também como directora interina da Maternidade Avenida. No quarto principal - e único... - uma parturiente acabava de dar à luz dois ovos. Festival foi o que eu passei para conseguir apanhar a pomba-mãe fora do ninho, mas cá está a prova cabal.

A partir daí foi aguardar - tudo na Natureza segue o seu caminho. E hoje - depois de ter visto as minhas primeiras papoilas do ano, o que me deixou num estado primaveril de felicidade que chega a ser ridículo - foi Natal na minha maternidade-parapeito. Há duas pombas amareladas, de bico longo e feio, que não desgrudam uma da outra. A mãe já anda de um lado para o outro, e o presumível pai já aparece com regularidade. Agora, pois...


Hei-de contar-vos quando der por que voam pela primeira vez.
Prometo.
Só não sei se vou conseguir fotografá-los, claro...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

À sombra do crime

No Montijo, conforme denunciado no "Nós Por Cá", ocorreu uma tentativa de arboricídio. Alguém andou pela calada da noite (andava doida para poder usar esta expressão...) a fazer buracos nos plátanos de uma determinada rua e a meter ácido lá dentro, para as tentar matar. O móbil provável: acabar com o pólen intenso que se entranha nas casas, provavelmente no corpo alérgico de alguém...

Em entrevista de rua, uma adolescente local era peremptória: "É um bocadinho horrível". Adoro gente com noção das proporcões.

Octo-porno



A nádega exposta é de S. T., actor porno ainda no activo, apesar dos seus vetustos 75 anos. Casado e pai de filhos, deu uma entrevista televisiva na qual, sereno e com ar de quem tem imensa verga ainda para gastar, garante que, não lhe falhe a dita, e continuará a contribuir para o IRS e a Segurança Social lá da sua terra até aos 80 anos.
Por mim, acho lindamente. Só tinha um pedido a fazer: mudem lá de cuecas ao homem...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Tolinhas


Lembram-se do Tolan? Pois. Eu sou daquilo a que pode apelidar-se como a geração Tolan. Lembro-me do famoso encalhanço ali no Tejo, como sendo das coisas mais inusitadas da época, tornando-se depressa ponto de peregrinação turística.
Ontem, graças ao telejornal da TVI, voltei a ser miúda e a abrir a boca de espanto por causa de um barco. No Algarve, ali para os lados da costa de Albufeira, este iate com 14 turistas a bordo “distraiu-se” – provavelmente alguém estava a ‘micar’ as garinas descascadas que estes dias de sol têm atraído ao areal... – e ficou, qual bibelô de inspiração marítima, escaranchado numa rocha, sem mortos nem feridos.
Não sei o nome do barco – passo a chamar-lhe Tolinhas, em homenagem ao outro. E desejo-lhe sinceramente que não fique ali especado durante tanto tempo quanto o outro aguentou as fúrias do Tejo, alvo das piadas torpes dos turistas.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Fibra


D. Maria de Antuono esteve dois dias à espera de ser resgatada do meio dos escombros deixados pelo sismo. A anciã de Tempera, algures na Itália, nunca perdeu as estribeiras. Como passou este tempo, perguntaram-lhe. A fazer malha. Mulher de têmpera!

pois

olá